A Verdade Dolorosa Sobre Não Pedir Ajuda: Histórias Reais de Mães de Crianças Autistas
Quando pensamos em mães, muitas vezes imaginamos mulheres fortes, incansáveis e capazes de superar qualquer obstáculo. Mas por trás desse ideal, muitas mães de crianças autistas vivem uma realidade silenciosa, marcada por exaustão, ansiedade e a sensação de estar sozinhas. Este artigo é um convite para refletirmos sobre essa realidade, darmos voz a essas mães e encorajarmos a criação de um ambiente de acolhimento e empatia.
1/3/20255 min read


Quantas Mães Estão Sofrendo em Silêncio?
Imagine o seguinte cenário: uma mãe exausta, após um dia inteiro cuidando de seu filho, tentando equilibrar as demandas de terapias, escola e casa. Mesmo assim, ela sorri quando alguém pergunta como está. Ela sabe que mostrar fraqueza pode trazer julgamentos, então prefere guardar sua dor para si. Essa é a realidade de muitas mães de crianças autistas.
A sociedade costuma impor às mães a ideia de que elas devem "dar conta de tudo", como se pedir ajuda fosse sinônimo de fracasso. Mas será que é justo? Será que o sofrimento dessas mulheres deve ser encarado como algo normal?
Histórias de Mães Que Sofrem em Silêncio
A mãe que nunca pediu ajuda
Maria sempre acreditou que pedir ajuda era um sinal de fraqueza. Durante anos, ela assumiu sozinha todas as responsabilidades com o filho autista. Sentia que, como mãe, era sua obrigação dar conta de tudo. Mas o preço foi alto: crises de ansiedade, afastamento de amigos e problemas de saúde.
Foi só quando Maria entrou para um grupo de apoio que percebeu que não estava sozinha. "Entendi que não precisava carregar esse peso sozinha, e isso salvou minha saúde mental", ela relata.
A mãe julgada por buscar apoio
Carla decidiu contratar uma cuidadora para ajudar nas tarefas diárias, mas o julgamento foi cruel. "Ouvi coisas como 'Você não ama seu filho o suficiente' ou 'Se fosse minha criança, eu faria tudo sozinha'", desabafa.
Apesar disso, Carla aprendeu a ignorar os comentários e percebeu que cuidar de si mesma não a tornava uma mãe pior. "Hoje, consigo estar mais presente emocionalmente para meu filho, e isso é o que importa."
A mãe que inspirou outras
Ana decidiu compartilhar sua jornada nas redes sociais. No início, foi difícil expor sua vulnerabilidade, mas o impacto foi transformador. "Muitas mães me escreveram dizendo que se sentiam menos sozinhas ao ler minha história. Isso me motivou a continuar."
Hoje, Ana usa sua voz para encorajar outras mães a buscarem apoio e falarem sobre seus sentimentos sem medo.
A minha história
Eu decidi não pedir ajuda, não por me sentir culpada ou incapaz, mas por não ter a quem pedir. Normalmente, a criança autista é muito apegada à mãe, pois tem dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Assim, acaba tendo apenas a mãe como figura de confiança. Quando eu contava para familiares ou amigas sobre alguma dificuldade que estava enfrentando, o que eu ouvia era: "Ela não fica comigo, se ela ficasse, eu te ajudava um pouco", "Ela vai chorar e entrar em crise, e eu não vou saber o que fazer", entre outros comentários.
Por fim, decidi encarar tudo sozinha: ficar sem dormir dias seguidos, chorar, enlouquecer, sorrir e continuar. Sempre busquei uma forma de melhorar nossa rotina. Fiz cursos para mães e cuidadores, cursos de especialização de professores (mesmo sem ser professora), li livros e comecei a escrever. Escrever me ajudou muito em momentos difíceis, permitindo que eu agisse com sabedoria e não me descontrolasse junto com minha filha.
Apesar do meu isolamento, devido a tantas demandas, tenho duas amigas maravilhosas que se dispuseram a aprender e conquistar a confiança da minha filha. Hoje, elas sempre me oferecem ajuda quando eu preciso. Isso não tem preço!
Atualmente, minha filha raramente se desregula; eu consigo prever e evitar as crises. Nosso caminho ainda é longo, mas estamos vencendo uma barreira por vez. Sophia tem 4 anos, é uma menina doce e muito inteligente.
Por Que o Silêncio Dói Tanto?
A falta de diálogo sobre a saúde mental das mães de crianças autistas não é apenas um problema pessoal; é uma questão social. Por que ainda tratamos o sofrimento dessas mães como algo secundário? Por que a ideia de pedir ajuda é tão estigmatizada?
É fundamental entendermos que o silêncio prolonga a dor. Muitas mães chegam ao limite emocional porque não se sentem seguras para expressar suas dificuldades. É hora de mudar isso.
Como Apoiar e Encorajar Outras Mães
Ser mãe de uma criança autista é uma jornada cheia de desafios únicos, mas é importante lembrar que você não está sozinha. Muitas mães enfrentam lutas parecidas, e existem formas práticas e poderosas de buscar apoio e fortalecer sua saúde mental. Vamos explorar cada uma delas de maneira mais detalhada:
Estude sobre o autismo: O conhecimento é um dos maiores aliados nessa jornada. Quanto mais você entende sobre o autismo, mais segura se sente para lidar com os desafios diários. Estudar permite que você veja as dificuldades sob uma nova perspectiva e encontre soluções que antes pareciam impossíveis.
Leia livros e artigos sobre autismo escritos por especialistas e por outras mães que compartilham suas vivências.
Faça cursos voltados para pais e cuidadores de crianças autistas. Eles não apenas trazem informações úteis, mas também oferecem técnicas práticas para o dia a dia.
Experimente o que aprendeu e observe como pequenas mudanças podem trazer grandes resultados. Muitas mães se surpreendem ao ver como estratégias simples podem funcionar tão bem.
Lembre-se: o conhecimento não apenas enriquece, mas também traz confiança para enfrentar qualquer situação.
Busque terapia: A saúde mental de uma mãe é essencial para o bem-estar de toda a família. Procurar ajuda profissional não é um sinal de fraqueza, mas sim um ato de coragem e autocuidado.
Um terapeuta pode ajudá-la a processar suas emoções, compreender melhor seus sentimentos e desenvolver estratégias para lidar com o estresse do dia a dia.
Além disso, a terapia oferece um espaço seguro onde você pode falar livremente sobre seus medos, ansiedades e desafios sem julgamento.
Não subestime o impacto de uma conversa profissional em sua qualidade de vida. Ao cuidar da sua mente, você estará ainda mais preparada para cuidar do seu filho.
As terapias
Divida as responsabilidades: Cuidar de uma criança autista pode ser uma tarefa exaustiva, e ninguém deve carregar esse peso sozinho.
Peça ajuda a familiares e amigos próximos. Explique que, mesmo que eles não saibam exatamente o que fazer, a presença e o esforço deles já são valiosos.
Se necessário, insista e seja clara: explique que a falta de apoio pode comprometer sua saúde mental. Divida sua dor e suas preocupações. Às vezes, as pessoas não entendem a gravidade da situação até que você seja honesta sobre como está se sentindo.
Se for financeiramente viável, considere contratar um profissional por algumas horas, como um cuidador ou terapeuta ocupacional, para ajudá-la com a rotina. Isso pode dar a você um tempo para descansar e recarregar suas energias.
Conecte-se com outras mães: Conversar com outras mães que estão passando por situações semelhantes pode ser transformador.
Participe de grupos de apoio online ou presenciais, onde você pode compartilhar experiências, receber conselhos e, acima de tudo, sentir-se compreendida.
A troca de histórias e vivências pode aliviar o peso emocional e mostrar que você não está sozinha nessa caminhada.
Além disso, essas conexões podem trazer novas ideias e perspectivas para lidar com os desafios do dia a dia.
Conte a sua história: Compartilhar sua experiência é uma forma poderosa de se libertar do isolamento e inspirar outras mães.
Você pode começar contando para um amigo próximo, em um grupo de apoio ou até mesmo escrevendo em redes sociais ou blogs.
Sua história pode ser exatamente o que outra mãe precisa ouvir para se sentir menos sozinha e ter esperança.
Lembre-se de que sempre há alguém enfrentando uma fase mais difícil do que a sua, e suas palavras podem trazer força e encorajamento para quem precisa.
Conclusão
Não podemos mudar o mundo sozinhas, mas juntas podemos transformar a forma como as mães de crianças autistas são vistas e tratadas. Falar sobre sua dor não é fraqueza; é um ato de coragem. Vamos criar um espaço onde todas as mães possam ser ouvidas e apoiadas.
Se você conhece alguém que precisa ouvir essa mensagem, compartilhe este artigo. Juntas, podemos construir uma rede de empatia e apoio.
